O combate ao funcionamento de garimpos ilegais de ouro tem sido constante na região da Terra Indígena (TI) Sararé, que fica cerca de 80 km de Pontes e Lacerda (448 km a Oeste de Cuiabá).
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), neste mês de dezembro, 10 acampamentos de garimpeiros foram desmobilizados.
Em menos de seis anos, a reserva teve ao menos 340 hectares degradados.
O combate fez parte da operação intitulada “Ferro e Fogo” é realizada em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Polícia Federal (PF) e com a Força Nacional de Segurança Pública e faz parte de um conjunto de ações para neutralização das frentes de lavra garimpeira ilegal que assolam a região.
Também houve a inutilização de escavadeiras hidráulicas usada na atividade clandestina, além da apreensão de uma picape e de 88 gramas de ouro.
Durante os seis meses iniciais da operação, a estimativa é que o prejuízo ao esquema criminoso já ultrapassou R$ 5 milhões.
Nas quatro primeiras etapas, os agentes ambientais federais do Instituto inutilizaram também geradores de energia, motores usados na destruição do solo para atividade de garimpo, entre outros itens.
Conforme informações do Ibama, às margens dos cursos d’água, os garimpeiros removem, inicialmente, a cobertura vegetal e a camada superficial do solo, até alcançarem a porção sedimentar com potencial de encontrar ouro.
“Desmontada com jatos de água, a polpa resultante é bombeada para mesas gravimétricas (madeira forrada com carpete) onde as partículas do minério se depositam. O resto da água com lama é descartada no local”, informou por meio da assessoria de imprensa.
O órgão ambiental explica que os carpetes retêm as partículas de ouro e são lavados com mercúrio em bateia para que, juntas, as partículas formem uma amálgama.
“O material é queimado com maçarico, o que faz com que o mercúrio evapore e reste o ouro bruto. O uso do mercúrio contamina a água, os peixes e os seres humanos, além do desmatamento causado para acessar o subsolo e assoreamento dos rios”, destaca.
Para potencializar a atividade mineral, são utilizadas escavadeiras hidráulicas, que aumentam consideravelmente a velocidade de abertura de cavas e, consequentemente, causam danos ambientais.
Segundo o Ibama, entre julho de 2016 e novembro de 2022, foram degradados 340 hectares de área de floresta nativa na TI Sararé com a atividade de garimpo ilegal, além do assoreamento de cursos d’água, contaminação, desmatamento e mortandade dos peixes nos rios.